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Notícia

Empresas investem na originalidade

Comerciantes de pequenos empreendimentos no centro da capital do país consolidam opções de negócios com produtos diferenciados

Autor: Regina MamedeFonte: SEBRAE - Minas GeraisTags: empresarial

Sebo de livros, CDs e DVDs a preços menores e camisetas com estampas de ícones da cultura negra. Donos de micro e pequenas empresas no centro de Brasília apostam na criatividade e em produtos com diferencial para atrair os clientes. 

Camisetas com fotos do sul-africano, Nelson Mandela, líder político e pacifista; do cantor James Brown e do jogador de basquete Michael Jordan, ambos americanos, são algumas das opções de loja da Negro Blue. As peças destacam estes e outras personalidades como o humorista Mussum, o jogador de futebol Garrincha e o sambista Nelson Cavaquinho. Frases provocativas como ‘Eu quero chocolate’, ‘Meu samba é forte’ ou ‘Café do Brasil’ também são usadas para valorizar a cultura afro nas peças.

Um display com a imagem de Tupac Shakur, lenda do rap americano, na fachada da loja, chamou a atenção de Charlen Wender, que quis logo comprar uma camiseta, ávido para homenagear o ídolo, sem deixar de registrar sua admiração pelos demais.

“O Tupac falou do racismo, da perseguição policial e da dificuldade de crescer sem pai. Eu me identifico com isso. Gente como o Martin Luther King defendeu idéias que mudaram a vida de todo mundo. Com essas camisetas, ajudo a mostrar quem somos”, diz ele.

Com uma proposta irreverente, a marca Verdurão aposta no humor com estampas com mensagens do tipo ‘Blasé’, ‘Curso Básico de Telepatia por Correspondência’ ou ‘Leve-me ao seu líder’, com a frase estampada sobre a imagem de um macaco. 

O empresário Raimundo Nonato Cavalcanti Alves, o ‘Natinho’, que comanda as duas lojas com o sócio Luís Henrique Soares Lima, começou a vender as primeiras criações na década de 80. As ruas e os shows de rock eram os pontos de comércio. Depois o negócio formal abriu muitas portas para o crédito bancário e a compra de produção terceirizada. “O vínculo formal e comercial não provocou distanciamento da cultura popular. Ao contrário, podemos comprar legalmente a criação de novos artistas. Promovemos o trabalho deles e temos artigos mais diversificados”, avalia o empresário. 

Partituras

Música é o nicho de mercado da Musimed Instrumentos Musicais, Partituras, Livros e Acessórios Específicos. Há 20 anos no mercado, Yanna Medova, filha do proprietário, diz que volta e meia o pai pensa em vender, mas sempre desiste rápido da idéia. “O problema é que a cada crise sofremos um baque. Na lista de compras as pessoas eliminam as cordas de um instrumento até mesmo antes das roupas”, brinca ela. Mas como o negócio é de família, todos lutam pela sobrevivência. “Sempre aparece um cliente quando as coisas estão ruins, mas assim que tudo melhora, o movimento aumenta e a gente vai tocando. Quem vem aqui gosta de música, assim como nós”.

A fidelidade do cliente é outro atrativo para Ivan Presença, do Quiosque Central. Há 10 anos, ele atua no mercado de artigos usados. Os preços, segundo Ivan garante, são imbatíveis. A partir de R$ 1,00 podem ser encontrados livros, CDs e DVDs e para aumentar as possibilidades de negócio o empresário também faz parte do site www.estantevirtual.com.br (rede brasileira de sebos na internet). Mas o contato pessoal é o que faz a diferença para ele. “Gosto de conhecimento e é bom atender pessoas com o mesmo interesse. O preço das livrarias tradicionais é muito caro e o tratamento costuma ser impessoal. Faço o contrário e por isso tenho muitos clientes fiéis”, explica.