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Dólar vai a R$ 1,978, mas acumula queda de 0,6% no mês
Já o dólar comercial avançou 0,20% ontem, a R$ 1,978, após bater em R$ 1,980 na máxima
Em sessão marcada por relativa tranquilidade após a formação da última Ptax do mês, taxa que será referência para contratos de derivativos cambiais que vencem hoje, o dólar fechou em alta, perto da máxima do dia. Apesar do ganho de ontem, a moeda americana encerrou fevereiro em baixa, acentuando a variação no ano.
A definição da Ptax indicou vantagem para bancos e investidores estrangeiros, que até quarta carregavam posições vendidas líquidas (aposta na baixa) de US$ 4,232 bilhões e US$ 5,409 bilhões. A Ptax caiu 0,27%, para R$ 1,9754. "Até o fechamento da Ptax, o câmbio deu uma oscilada maior, mas sossegou depois que foi definida", disse um profissional de corretora.
Já o dólar comercial avançou 0,20% ontem, a R$ 1,978, após bater em R$ 1,980 na máxima. No mês, a moeda caiu 0,60%; no ano, o recuo passou a ser de 3,18%.
Nos próximos dias, a expectativa é que o mercado atue na ponta de compra. O temor de que a incerteza política na Itália possa colocar em xeque a recuperação na zona do euro tende a alimentar a busca por proteção no dólar no mundo e também no Brasil. Outro fator que deve sustentar a demanda pela divisa americana é a incerteza em relação aos cortes de gastos automáticos nos EUA. Caso governo e oposição americanos não cheguem a um acordo hoje, há o risco de cortes entrarem em vigor, afetando a recuperação econômica do país.
No Brasil, porém, operadores veem a divisa americana se mantendo presa na faixa entre R$ 1,95 a R$ 2, que operadores entendem como sendo a atual "zona de conforto" do Banco Central e do governo, onde a taxa não tem força para pressionar a inflação ou para prejudicar a competitividade das exportações brasileiras.
"O próprio mercado já tem se policiado, pois agora tem mais certeza sobre os limites da banda cambial", disse Reginaldo Siaca, gerente de câmbio da Advanced Corretora. Para ele, o dólar deve oscilar dentro da atual faixa ao sabor de fluxos e de notícias externas, sem grandes variações. "Se oscilar muito, o BC entra com swaps."
Flavia Cattan-Naslausky, estrategista de câmbio do Royal Bank of Scotland (RBS), concorda que o dólar deve se manter entre R$ 1,95 e R$ 2 por algum tempo. Para ela, o BC deve atuar diretamente no mercado para defender esses limites, usando leilões de swaps "a fim de conter a fraqueza do real e pressões inflacionárias".
Na BM&F, as taxas de juros projetadas nos contratos futuros tiveram a quarta sessão seguida de queda, em um pregão influenciado pela queda dos rendimentos dos títulos do governo americano, no exterior, e pelo recuo da confiança do consumidor, medida pela CNI, entre janeiro e fevereiro. (Colaborou João José Oliveira)