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Como iniciar um negócio próprio com riscos calculados
No Brasil, muitas empresas são abertas mais com base na emoção que na razão, embora muitos candidatos a empresários continuem acreditando na realização dos seus sonhos
Nos meus trabalhos de empreendedorismo ouço com frequência algumas perguntas bastante interessantes, dentre as quais destaco as seguintes: Como saber se a minha ideia vai dar certo? Sociedade é um negócio bom ou ruim? É melhor abrir uma empresa com capital próprio ou de terceiro? O mais correto é comprar a prazo para preservar o seu capital? Como saber qual o melhor local para instalar o Ponto de Venda? Como calcular o preço de venda do produto ou serviço?
Apesar de o Brasil ser um país bastante empreendedor, muitas empresas fecham suas portas precocemente. Qual a razão disso? Acontece que muitas empresas são abertas mais com base na emoção que na razão, embora muitos candidatos a empresários continuem acreditando na realização dos seus sonhos.
Por outro lado, apenas acreditar nos sonhos não leva ao sucesso nos negócios. É preciso que se desenvolva a capacidade empreendedora, tendo a consciência de que a partir do momento que uma empresa é aberta só há duas alternativas: seguir em frente com sucesso ou fechar suas portas prematuramente. Mas como saber isso?
Com relação às perguntas acima, é preciso entender que nem toda ideia é uma oportunidade de negócio. Em primeiro lugar, o empreendedor deverá buscar respostas para algumas perguntas: O produto ou serviço tem aceitação no mercado? Qual é o tamanho do mercado que pretende atuar? O mercado está em expansão? Quem são os clientes para o produto/serviço? Tem muitos concorrentes? Quem são os concorrentes e como eles atuam? O negócio é lucrativo?
Sobre sociedade, se é um negócio bom ou ruim, vai depender de vários fatores. Por exemplo: um sócio entra com o capital e o outro com o conhecimento técnico; um sócio tem mais habilidade comercial e o outro é mais administrativo/financeiro, e assim por diante. Entretanto, ao se constituir uma sociedade é fundamental que fique tudo bem definido e documentado, sendo preciso também muito comprometimento, dedicação e harmonia entre os sócios.
Quanto ao capital próprio ou de terceiro, se o empreendedor não dispuser do capital e conseguir com um terceiro, desde que seja viável para o negócio, pode ser interessante. Mas se dispõe do capital não há razão para utilização de recursos financeiros externos, a menos que estes sejam obtidos com benefícios que valham a pena.
Comprar a prazo ou a vista vai depender da situação financeira da empresa. Entretanto, é bom lembrar que os encargos financeiros das compras a prazo devem ser repassados para os clientes. Também comprar a vista, ou com prazo curto, para vender com prazos dilatados e margem de lucro apertada não é interessante. Mas é o que se vê com frequência no mercado competitivo para vencer a concorrência.
Sobre a localização da empresa, é comum o candidato a empresário colocar na cabeça que determinado ponto é ideal. Talvez porque o aluguel do imóvel seja convidativo, ou mesmo o prédio seja próprio. Mas ponto de venda fora da circulação do público-alvo significa começar de modo errado.
O grande problema de muitos empreendedores iniciantes está no cálculo do preço de venda. É muito comum colocar-se um determinado percentual sobre o preço de compra e achar que a venda será lucrativa. Na verdade, o preço de venda deve cobrir todas as despesas (fixas e variáveis) e deixar determinada margem de lucro.
A maneira mais adequada para se obter respostas para estas e outras perguntas com base na racionalidade antes de abrir um negócio próprio, é elaborando um Plano de Negócio e fazendo a análise de viabilidade. Procedendo assim, com certeza, a probabilidade de sucesso é bastante grande. Do contrário, quando a emoção está em primeiro lugar, é querer contar com a sorte, a qual é bastante difícil no mundo dos negócios.