Notícia
O “Monstro” que habita em nós e se manifesta no ambiente de trabalho
É possível manejar seu tom emocional e desenvolver Inteligência Emocional.
Sim, ele existe e não precisa se mostrar tão radical como no livro O Médico e o Monstro: O Estranho Caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde - livro de ficção científica do autor escocês Robert Louis Stevenson de 1886. Este “monstro” é alimentado por um sentimento nada nobre, mas muito humano: a raiva. É ela que está na base de todo o comportamento que imprime uma força negativa em direção ao outro. Pode ser o tal “olhar fuzilador”, uma palavra de desdém, um beliscão ou mesmo uma vingança, minuciosamente planejada. A raiva é uma emoção humana, onde ocorre uma inundação de substâncias bioquímicas no sistema límbico, que faz parte do funcionamento cerebral. Esta resposta é instintiva, pois ativa nosso mecanismo de defesa e é mais rápida em termos de funcionamento, do que o córtex cerebral, onde habita a razão. É por isso que após muitos “surtos” de raiva, depois que a adrenalina diminui, nos damos conta de outro problema, o de pedir desculpas. Muitas vezes - talvez na maioria das vezes – temos razão, mas a maneira como nos expressamos acabamos perdendo a razão.
A Inteligência Emocional por outro lado, estaria na utilização das informações que a emoção da raiva fornece, para então, alterar o modo de pensar e assim os comportamentos, exercendo controle sobre ela.
A raiva não diminui com o avanço da idade, ela se mostra claramente no comportamento infantil, e se torna “requintada” no adulto. Como a maioria dos adultos atuam no ambiente corporativo, é justamente neste ambiente que mais ela aparece. A raiva de forma “requintada” se expressa numa chefia que desqualifica seu subordinado na frente de seus colegas; em piadas feitas pelo modo de vestir ou falar; numa ordem confusa ou contraditória que induz ao erro; na exigência de metas que sabe-se impossível de ser atingida; em ignorar um cumprimento do outro; em não fornecer o material adequado para o bom desempenho de uma atividade; na ameaça constante de demissão; no ridicularizar a opinião do outro, lógico ... com a existência de uma “plateia”.
Para que não estejamos incluídos no conjunto de adultos “requintadamente raivosos”, precisamos monitorar nosso tom emocional. Se ele permanece por muito tempo, ou se recai constantemente para a raiva, é preciso utilizar algum mecanismo de desintoxicação e posteriormente, de manutenção do equilíbrio interior.
Sempre haverá um problema, mas se ele for visto como algo fora de você, aí sim você tem um problema, pois a raiva será projetada e cultivada. Mas, se você admitir que o problema está em como você processa as frustrações – são elas que levam a raiva – então você poderá administrá-las. O verdadeiro problema sempre estará dentro de nós e isto é uma vantagem, pois o que é nosso nos pertence e podemos fazer dele, o que quisermos!