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Desaceleração da economia afeta confiança do empresário
Índice de Confiança Empresarial, medido pela FGV, recuou 2,2 pontos em janeiro, após já ter caído em dezembro
O Índice de Confiança Empresarial (ICE) recuou 2,2 pontos em janeiro ante dezembro de 2020, para 93 pontos, informou nesta segunda-feira, 1/02, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, o indicador teve declínio de 1,4 ponto no mês.
O recuo de janeiro se segue a uma ligeira queda em dezembro, consolidando "a tendência de desaceleração da atividade econômica esboçada no mês anterior", segundo a FGV. "O índice que mede a situação atual dos negócios (ISA) caiu de forma consistente pela primeira vez desde abril passado e o índice que mede as expectativas em relação aos meses seguintes (IE) recuou pelo quarto mês seguido. Até a Indústria, que vinha sustentando ótimos resultados, sinaliza alguma desaceleração para o restante do primeiro trimestre. No extremo oposto, o Setor de Serviços continua com dificuldades para reagir", diz a nota divulgada pela FGV.
O ICE reúne os indicadores de confiança produzidos pelas sondagens da Indústria, Serviços, Comércio e Construção. O cálculo leva em conta os pesos proporcionais à participação na economia dos setores investigados, com base em informações extraídas das pesquisas estruturais anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a FGV, o objetivo é que o ICE permita uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica. Assim como os demais indicadores de confiança da FGV, o ICE é formado por dois componentes principais. O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) cedeu pela segunda vez, agora em 2,7 pontos, para 95,1 pontos. O Índice de Expectativas (IE-E) recuou 0,6 ponto, na quarta queda consecutiva, para 93,7 pontos.
"Após avançarem no mês anterior, os indicadores que medem o otimismo em relação à evolução da Demanda nos três meses seguintes e da Tendência dos Negócios nos seis meses seguintes, iniciaram 2021 recuando 4,0 e 0,1 pontos, respectivamente. O indicador de Emprego Previsto (três meses) também recuou em janeiro, em 1,7 ponto", diz a nota da FGV.
A confiança de todos os setores que integram o ICE recuou em janeiro. A Indústria, que vinha de oito altas consecutivas, recuou 3,6 pontos no mês, com quedas semelhantes no ISA e no IE.
Após um repique positivo no mês anterior, a confiança do setor de Serviços e da Construção voltaram a ceder.
Apenas a confiança do Comércio teve recuo motivado inteiramente pela piora da situação presente. Além disso, a queda foi disseminada entre os diferentes segmentos de cada ramo integrante do ICE.
Em dezembro, quando o ICE caiu apenas 0,4 ponto, houve aumento da confiança em 55% dos 49 segmentos de negócios pesquisados na sondagem. Em janeiro, houve alta em apenas 43% dos 49 segmentos.
"Após ter a maior proporção de segmentos em alta no mês anterior, a Indústria tem o pior resultado entre os setores em janeiro", diz a nota da FGV.
Na indústria, houve alta em apenas 26% dos 19 segmentos.
A coleta do Índice de Confiança Empresarial reuniu informações de 4.132 empresas dos quatro setores entre os dias 2 e 27 de janeiro.
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