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Notícia

Inflação muda relação custo-benefício e brasileiro começa a trocar café e óleo

Estudo indica que, em alguns segmentos, a troca acontece por itens mais caros

A disparada de preços vista nos índices de inflação tem feito com que muitos brasileiros troquem itens no carrinho de supermercado. Essa troca, porém, não necessariamente é apenas para produtos mais baratos.

Estudo da Kantar indica que, em alguns segmentos, a troca acontece por itens mais caros. Isso acontece porque os preços dos itens básicos subiram tanto que a diferença de valor para outro item mais sofisticado diminuiu, o que tem levado muitos consumidores a refazer a conta de custo-benefício de vários produtos.

O fenômeno afeta os itens considerados “commodities” – aqueles com preços determinados pelo mercado internacional.

O café em pó, por exemplo, registrou alta de 56,7% no acumulado de 12 meses até o fim do primeiro trimestre de 2022. Com a disparada dos preços, o consumo diminuiu e o volume de unidades vendidas no varejo diminuiu 1,9%.

Em compensação, o café solúvel teve queda de preço de 5,8% no mesmo período. Isso incentivou a troca do produto e a venda dessa categoria de café saltou 29,6% em um ano. O tipo solúvel, porém, segue com participação muito menor que a do café em pó no varejo brasileiro.

O mesmo fenômeno acontece com os óleos de cozinha. O óleo de soja aumentou 16% entre os primeiros trimestres de 2021 e 2022. Na esteira do reajuste, o consumo diminuiu em 4,9%.

Já os óleos especiais – como de milho, canola e girassol – tiveram reajuste menos intenso, de 4,5%, o que incentivou o consumo, que aumentou 27,8% em um ano.

O estudo da Kantar também observou movimento parecido em proteínas animais. O frango, que subiu 19,7% no período do estudo, viu o consumo estável no Brasil em um ano.

Já carnes processadas que normalmente têm custo por quilo mais elevado – como hambúrgueres, linguiças e outros embutidos – tiveram aumentos menos intensos nos preços.

Os hambúrgueres, por exemplo, tiveram aumento de 5,6% nos preços em um ano – bem menos que o frango e a carne bovina – o que que incentivou a demanda, que cresceu 5,6% no período.