Notícia
“Não vendo Big Mac. Vendo bons momentos”
Para João Branco, diretor de marketing do McDonald’s, o grande diferencial da marca de fast food no Brasil é a ligação emocional criada com o consumidor ao longo dos anos
Dois hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebola e picles num pão com gergelim. Impossível ler essa frase sem cantar o jingle icônico do McDonald’s lançado na década de 1980 para divulgar o sanduíche mais pedido da rede, o Big Mac.
Além da música, você se lembra da primeira vez que foi a um dos restaurantes da marca? Lembra-se de quantos brinquedos do McLanche feliz colecionou ou de quantas vezes festejou o aniversário de um amigo de infância na presença do Ronald McDonald?
João Branco, diretor de marketing do McDonald’s, tem certeza de que sim. Pelo menos é isso o que as inúmeras e repetitivas pesquisas com o consumidor lhe sugerem.
Uma pessoa com 40 anos, por exemplo, com certeza foi muito ao McDonald’s quando criança e tem memórias do “cheirinho, do gosto, do brinquedinho”.
O crédito emocional que o brasileiro tem pela marca, a nostalgia que um lanche desperta, pode ser considerada, segundo o executivo, a maior estratégia de marketing do McDonald’s.
O acesso de 1 milhão de pessoas ao aplicativo do McDonald’s durante a festa patrocinada pela marca numa noite de sábado na casa do Big Brother Brasil confirma essa ideia – além do salto de 120% nos downloads no aplicativo da empresa durante o evento.
Chamada de Festa do Méqui, os participantes do reality show foram inseridos numa espécie de festa do pijama com produtos da rede em um cenário tematizado, enquanto os telespectadores derrubavam a plataforma do iFood com tantos pedidos.
“Há quem queira coisas grandes, nós (McDonald’s) queremos transformar simples momentos em experiências deliciosas, como curtir um Méqui de pijama, no conforto do seu sofá, enquanto vê televisão”, diz Branco.
FESTA DO PIJAMA DO BBB21 PATROCINADA PELO MCDONALD'S
Esse tipo de festa (do pijama) não surgiu ao acaso, explica o diretor de marketing da rede. Isso remete o cliente imediatamente à infância, às festinhas de aniversário, aos momentos felizes. Só que a estratégia do McDonald’s é misturar esses sentimentos com coisas novas, com modernidade.
Nas palavras do executivo, uma tentativa de mostrar que o seu "amigo de infância" o acompanhou em todos esses anos.
“Então a gente vai lá e coloca naquele contexto do BBB algo bem atual, e faz dentro da casa [do reality] o que você pode ter na sua”.
Outro ponto são os modelos de comunicação colocados no ar hoje em comparação com os de anos atrás. João aponta que até as cenas de consumo mudaram. Agora, o sanduíche de hoje está mais montado, o molho cai, a modelo se lambuza, o casting mudou, com mais diversidade, com pessoas normais do dia a dia.
O uso de memes se tornou quase que obrigatório, assim como tudo o que se fala nas redes sociais – tudo para mostrar que a marca não é apenas um amigo de infância que ficou lá atrás.
Relembrando também que a rede é uma porta de entrada para muitos jovens para o mercado de trabalho, o executivo diz aprender todos os dias com os colaboradores.
“Nosso trabalho me fez perceber que é possível encontrar propósito em todas as tarefas do dia a dia. Não vendo Big Mac, vendo bons momentos. E levo essa provocação para qualquer profissão ou negócio”.