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Sped: forma de implantação define lucro ou prejuízo
Segundo especialista, se o processo for feito "apenas por obrigação", riscos de perda são consideráveis
A implantação e o processamento dos documentos referentes ao Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) podem trazer tanto prejuízos quanto lucros para a empresa. A avaliação é de Roberto Dias Duarte, autor do livro “Big Brother Fiscal – Na era do conhecimento”. As informações foram divulgadas em eventos realizados nesta semana em unidades da Trevisan Escola de Negócios.
De acordo com Duarte, os ganhos podem vir em suas situações: diminuição de erros e otimização do departamento responsável pela emissão de notas fiscais.
No primeiro caso, existe uma forte ligação com a melhoria de processos logísticos e administrativos. Por exemplo: uma empresa precisa enviar dois produtos a um mesmo cliente, que efetuou uma compra pela internet. Sem o processo eletrônico, é comum que ocorram erros na entrega, e a pessoa receba apenas um item – o que implica na necessidade de reenvio e novos gastos de transporte.
“Com o documento eletrônico, não existe esse risco. em uma empresa grande, a redução de custo é violenta”, explicou.
Além disso, Duarte cita que o número de funcionários necessários para o lançamento de uma NF-e é muito inferior ao verificado em processos convencionais. “Se uma empresa tem 19 filiais, não precisa ter 19 sistemas e 19 computadores. Basta ter um centro de emissão na matriz, contratar um bom contabilista, um bom fiscal e uma boa estrutura tecnológica. De reto, só bastam impressoras conectadas à internet”, comentou.
No que diz respeito a riscos, o especialista é direto: se o sistema não for implantado com seriedade, vai haver aumento em diversos tipos de gastos.
“É preciso encarar com seriedade e se preocupar com contingências de link de internet, redundância de equipamentos, redundância de energia elétrica. É preciso revisar cadastro de clientes, alíquotas de tributos”, contou, explicando que, se elas estiverem erradas, é muito fácil de o Fisco perceber e efetuar as cobranças.
“Quem fizer um trabalho direito vai ter um ganho de competitividade muito grande. Quem fizer só por obrigação, vai ter prejuízo”, resumiu.
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), em cinco anos o Brasil será o País com o menor índice de sonegação fiscal da América Latina; e em dez anos, esse índice será comparável aos países de primeiro mundo.