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Acidentes de trabalho: prevenção e instinto

Nas empresas, grande parte dos funcionários não se preocupa com esse assunto.

Autor: Luciano MuchiottiFonte: Revista Incorporativa

A criança sai correndo em direção a uma rua movimentada e a mãe desesperadamente encontra uma maneira de evitar que ocorra um desastre. Sabendo que uma criança pode colocar o dedinho na tomada ou prende-lo na porta do armário, até mesmo bater com a cabeça na quina da mesa, entre outros acidentes domésticos, os pais procuram constantemente evitar que alguma coisa dessas aconteça.

Esse tipo de comportamento perdura por muitos anos, enquanto criança, depois adolescente, e até mesmo adulto os pais ainda se preocupam, pelo menos a grande maioria.

O que estou tentando dizer é que constantemente os pais estão praticando a prevenção de acidentes, neste caso, acidentes domésticos.

Vamos viajar agora para o ambiente de trabalho. É muito difícil encontrar funcionários com a mesma atitude que tomava com suas crianças, porém agora sob outro aspecto, na prevenção de acidentes do trabalho.

Nas empresas normalmente são realizados vários trabalhos nesse sentido para conscientizar os funcionários a cuidarem de sua segurança.

Infelizmente a realidade é dura e muito trabalhosa. Nas empresas, grande parte dos funcionários não se preocupa com esse assunto. Um número muito pequeno e insuficiente dá alguma atenção.

Inúmeros estudos demonstram que os acidentes de trabalho matam tanto quanto os acidentes automobilísticos, ou muito mais. Os que não matam, invalidam. Os que não matam e invalidam, provocam afastamentos. Ou seja, sempre com algum prejuízo para si mesmo e para a empresa.

Nos relatos de qualquer funcionário é muito comum ouvirmos que sempre trabalharam daquela forma e nunca se acidentaram. Ou que mesmo após um acidente, quando estão íntegros para falar, dizem que sempre trabalharam assim, insistem em não acreditar.

A insistência das empresas para que seus funcionários se protejam durante as atividades diárias de trabalho, é um cumprimento à legislação, mas muitas vezes sem sucesso.

Nesse momento delicado é mais que necessário que haja colaboração dos superiores. Exemplo, incentivo, apoio e atitude talvez sejam as mais importantes.

Normalmente não é isso que ocorre. Deixam para que somente o funcionário se resolva sobre a sua prevenção.

Sem muitas delongas, esse caminho não é aconselhável. É preciso lembrar o funcionário que ele é tão frágil quanto àquela criança que ele tanto protegeu ou ainda protege. Existe uma realidade tão preocupante quanto àquela que envolveu seu filho quando estava exposto aos acidentes domésticos.

É preciso se lembrar que os funcionários também sentem medo, e nesse momento é que mais precisam de apoio, equipamentos seguros e a preocupação da empresa quanto a sua segurança.

O velho pensamento que custa caro investir na segurança dos funcionários foi deixado de lado.


Há muito anos ouvi uma pergunta e que até hoje não ouvi ninguém que conseguisse respondê-la: Quanto vale a vida?