Notícia
Os quatro pilares da Empresa Familiar no Processo de Sucessão
A imagem da empresa familiar é baseada em quatro pilares, adotados pelo fundador no início do negócio
A característica familiar está presente nas empresas de todo o mundo. No Brasil, elas surgiram com as capitanias hereditárias e, até hoje, são o modelo de gestão predominante no mercado. Além disso, respondem por 20% do PIB (Produto Interno Bruto), o que mostra sua importância para a economia do país.
No entanto, pesquisas mostram que grande parte desses empreendimentos não consegue se perpetuar. Aproximadamente, de cada 100 empresas familiares, 30 sobrevivem à segunda geração, e apenas cinco chegam à terceira.
Para Domingos Ricca, consultor especialista em empresas familiares e autor de livros sobre o tema, a realização de um planejamento sucessório é uma das melhores maneiras de assegurar a perpetuação do negócio.
O planejamento sucessório, em primeiro lugar, consiste em entender e analisar a empresa tal como ela é, a fim de fazer com que os valores e objetivos implantados também se perpetuem. Segundo Ricca, a imagem da empresa familiar é baseada em quatro pilares, adotados pelo fundador no início do negócio. São eles:
• Palavra / Credibilidade
• Perseverança
• Carisma / Liderança
• Cultura
Transferir essas características para as próximas gerações é ponto chave do processo sucessório. Os herdeiros precisam compreender e incorporar cada uma delas para dar continuidade ao modelo de gestão consolidado.
“No início, a palavra é tudo que o fundador possui como forma de garantia, ou seja, toda sua credibilidade fica pautada na concretização de suas ações”, explica Ricca. Se o sucessor estiver consciente da força que sua palavra simboliza, a confiança que os clientes possuem em relação ao dono também será transmitida a ele.
Além disso, é preciso que a segunda geração conheça a trajetória de vida do fundador, a fim de compreender a importância da sua perseverança e do seu esforço no desenvolvimento da empresa. “Os herdeiros que sabem das dificuldades que foram enfrentadas tendem a valorizar mais o negócio”, diz o consultor.
A liderança e o carisma são as únicas características que o fundador não consegue transmitir aos seus herdeiros, pois a personalidade é formada a partir de suas próprias conquistas. Além de apresentar capacidade necessária para assumir a gestão da empresa, o sucessor precisa, também, possuir e transmitir os valores que simbolizam a organização.
A palavra, a credibilidade, a perseverança, a liderança e o carisma foram os pilares de apoio na formação e expansão do negócio. Esse conjunto de qualidades traduz a cultura do fundador e, consequentemente, da empresa. Com o processo sucessório, toda a cultura organizacional é compreendida pelos sucessores, a fim de que se possa perpetuar a postura que a empresa assume diante de funcionários, do mercado e da comunidade.
“O motivo do fracasso de muitas empresas é que, quando o herdeiro assume a gestão, ele desconsidera todo o trabalho já realizado, acreditando que possa renovar”, explica Ricca. Com certeza, a segunda geração também possui experiências para acrescentar no empreendimento, gerando vantagens competitivas. No entanto, é preciso conciliar a implantação de inovações, que irão gerar novas oportunidades, com a perpetuação da imagem positiva da empresa, construída pelo fundador através de seus quatro pilares.